Séc. XVIII
De origem medieval, a igreja atual é de estilo arquitetónico neoclássico, com três naves e uma torre adossada à fachada, no flanco norte.
A frontaria divide-se em três tramos separados por duas molduras verticais, de cantaria lisa, rematadas nos topos por fogaréus. No corpo principal, rasga-se um sóbrio portal de esquadria, com um janelão por cima e possui no tímpano um nicho com a imagem da padroeira, Santa Marinha, terminando no vértice por uma cruz. A torre sineira (1848) tem três andares separados por nervuras, dotada de relógio no segundo andar, remata em cúpula bulbosa, com balaustrada, fogaréus e gárgulas nos vértices.
No interior, destaque para o altar e teto da capela-mor e, na nave central, no teto, a obra de pintura contemporânea, da autoria de António Mendanha sobre o imaginário de Santa Marinha e suas irmãs. Destaque também para o corredor da nave central, para os vitrais e para a talha dourada dos altares.
Forjães
Inverno: quintas-feiras, 16h30-17h30
Verão: quintas-feiras, 17h30-18h30
Festividade: 17 julho, 14h30-23h30. 18 julho, 08h00-23h30.
Santa Marinha
A Padroeira de Forjães é Santa Marinha, como também o é de Rio Tinto. Santa Marinha (Marina ou Margarida) é uma santa celebrada no calendário Litúrgico no dia 20 de julho (no dia 17 na igreja ortodoxa), mas que também se celebra no conjunto dos chamados Santos Auxiliares, que são 14 santos, célebres pela eficácia da sua invocação, no dia 18 de agosto. A Santa Marinha, em Forjães, celebra-se a 18 de julho.
Trata-se de uma das mais enigmáticas santas do cristianismo primitivo, pois são várias as versões e narrativas lendárias sobre esta santa. As lendas perdem-se e recompõem-se no longo tempo da tradição cristã, entre igrejas de diferentes territórios. A principal narrativa lendária refere Santa Margarida ou Marinha de Antioquia, mártir sob a mãos do romano Olibrio; outra versão fala-nos da jovem Marinha, recolhida disfarçada em rapaz num mosteiro onde seu pai vivia, por vontade deste. De tal forma vivia ali em grande santidade, que o seu exemplo servia aos outros monges, sempre ocultando a verdadeira identidade sexual. Descoberta no final da vida, sobressaiu a vida religiosa que levou e a fama de santidade.
Mas no nosso imaginário do noroeste peninsular sobressai a figura de uma virgem mártir degolada em Águas Santas, próximo de Ourense, na Galiza. Na arquidiocese de Braga, as narrativas lendárias à volta de Santa Marinha davam-na como fazendo parte da história das nove infantas irmãs, filhas de um parto prodigioso de Calcia, mulher do romano Atílio Severo. Todos elas mártires por defenderem a fé cristã e prevalecerem na moral de Cristo, são as nove o fundamento para a tradição de se juntar nove jovens em novenas de louvor a santos e santas na devoção popular. São muitas as lendas associadas às nove irmãs.
Lenda de Santa Marinha
Reza a lenda que Marina de Antiqua (Espanha) saiu da casa dos seus pais para se tornar criada de servir. Nesta condição não lhe era permitido frequentar as festividades locais, época do ano em que ficava a seu cargo tomar conta das searas para enxotar os pássaros e cuidar da rega. Numa das festividades, Marina quis frequentar a festa da sua localidade e chamou os pássaros que, muito obedientes, foram encerrados num coberto e assim não estragaram as colheitas enquanto ela assistia à festa, razão para ser considerada a protetora das searas. A sua imagem ostenta uma espiga de milho e um cacho de uvas, representando as colheitas agrícolas.
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