Igreja Paroquial de Antas

Séc. XIX
A Igreja primitiva remonta ao séc. XII segundo uma inscrição datada de 1125 da era cristã, encontrada durante as obras de beneficiação e ampliação de 1879, pelo Padre Bento José da Mota (1837-1913), pároco entre 1878-1913, que conferiu a esta Igreja um estilo arquitetónico neoclássico, com corpo longitudinal e de fachada ricamente decorada. A fachada em granito da região é contracurvada e profundamente ornamentada, com a torre sineira ao centro. A torre é rasgada por um portão em arco abatido encimado por um janelão coroado com o nicho do padroeiro, S. Paio, ladeado por duas janelas, simétricas, em verga reta e encimadas por almofadas, e termina com uma cúpula decorada com fogaréus e rematada por cruz.
O seu interior é de três naves, com destaque para a capela-mor de riquíssima talha dourada, bem como os tetos, os retábulos, os azulejos e os vitrais.

Localização

Antas

Central de marcações e reservas

Horário

Inverno: segunda a sexta-feira, 17h00-19h00. Sábado, 18h00-20h00 Domingo, 07h00-12h00
Verão: segunda a sexta-feira, 18h00-20h00, Sábado, 9h00-21h00. Domingo, 07h00 -12h00
Festividade: 1º fim de semana de julho. Sábado, 14h00-02h00. Domingo, 07h00-24h00.

Curiosidades e lendas

S. Paio
Trata-se de um dos mais importantes santos peninsulares medievais, orago de muitas paróquias. S. Paio (de Pelágio, Pelaio, Paio) está intimamente relacionado com a chamada “reconquista cristã”, ou seja, o processo de reconquista das terras cristãs da Península Ibérica ocupadas pelos povos de religião islâmica (mouros, muçulmanos, árabes e berberes) no século VIII. Este imaginário de reconquista e a construção de uma identidade peninsular cristã por oposição à dos “mouros” foi uma das marcas culturais mais significativas da história peninsular do Antigo Regime, daí ser S. Paio um santo venerado entre a lenda e a história. Nascido no Noroeste Peninsular (atual Galiza), diz-se que participou, com 13 anos, na batalha entre Ordonho II de Leão e Abderramão III, emir de Córdova, acompanhando o seu tio Hermígio, bispo de Tui. Feitos prisioneiros, Hermegídio e o sobrinho foram levados para Córdova. Ali o bispo de Tui conseguiu negociar o resgate, deixando como garantia de pagamento o seu sobrinho Pelágio. Tendo tido conhecimento da presença deste jovem e belo rapaz, o emir tentou seduzi-lo e convertê-lo. Recusou o jovem a conversão e a tentativa de sedução do emir e de um dos seus filhos. Martirizado é, depois, lançado ao rio Guadalquivir. Celebra-se a 26 de junho no Calendário Litúrgico.

Lenda do Paúl das Feiticeiras
Quem passa pelas cangostas e caminhos velhos da aldeia, em horas tardias da noite, ao chegar a cruzamentos e lugares abertos, pode encontrar surpresas. Conta-se que as bruxas gostam de se reunir nesses lugares, para celebrar festas e abusar de quem lá queira passar. Não raras vezes, as pessoas ouvem os risos e barulhos que elas fazem.
Na aldeia, quem sobe pela Bouça Velha para o alto, atravessa-se o monte e a muita vegetação esconde o caminho da luz da lua, mesmo em dias de lua cheia ou lua nova, tornando tudo escuro. Dizem que houve quem já as viu e que é frequente, quando se chega lá em cima, ao paúl, encontrar as bruxas lá reunidas. Uma vez, um homem da aldeia, mais curioso, foi lá e armou-se com um pau, caso fosse necessário. De nada lhe valeu. As bruxas fizeram pouco dele e deixaram-no tão maltratado, que envergonhado, não apareceu a ninguém, durante muitos dias.